Justificativa
Entre as formas de intoxicação, estatisticamente, a mais comum é a que acontece através da respiração, ou seja, estamos considerando o alto risco de uma pessoa respirar uma substância tóxica, seja ela na forma de gás, vapor ou partículas que, dependendo da toxidade, da concentração e do tempo de exposição pode causar graves danos à saúde ou até mesmo provocar a morte.
Embora o tema Proteção Respiratória não seja o mais carente de literatura técnica no Brasil, alguns assuntos específicos sobre esse tema carecem de materiais de estudo. E entre o pouco que existe, a maioria das obras oferecem um estilo de redação e um vocabulário de difícil compreensão para perfil do profissional técnico no Brasil.
O tema proteção respiratória é complexo e vasto, e uma solução para uma abordagem menos extensa é o foco em soluções específicas, como o que está sendo feito neste manual, que está se limitando a apresentar apenas dois sistemas de uso comum no mercado industrial.
O primeiro sistema de proteção respiratória que este manual abordará será o equipamento autônomo, denominado em norma como máscara autônoma. E o que caracteriza esses equipamentos é oferecerem uma quantidade limitada de ar e que é transportada pelo usuário. E a quantidade limitada de ar gera uma autonomia pequena de tempo de uso, por isso são menos empregados em tarefas de trabalho, sendo mais comumente usados para as situações de emergência como resgates e combates a incêndio.
O fato de os equipamentos autônomos (máscara autônoma) não serem envolvidos comumente nas rotinas de trabalho, tem gerado dentro de algumas empresas uma atitude de negligência. Eles são adquiridos, são colocados em posição e modo de prontidão, no entanto, não são inspecionados periodicamente, não sofrem as manutenções preventivas e não contam com profissionais capacitados para utilizá-los.
O segundo sistema de proteção respiratória é o de linha de ar comprimido, popularmente conhecido como ar mandado. E o que caracteriza esse sistema é o fornecimento contínuo de ar respirável e pelo tempo que for necessário. Essa autonomia ilimitada de tempo de uso faz com que sejam aplicados com frequência nas rotinas de trabalho. E embora sejam muito empregados, apenas a experiência prática, sem o estudo teórico, leva muitas vezes a erros na utilização, pelo fato dos gestores e dos trabalhadores não compreenderem o porquê das coisas. E também por não se atualizarem e não se aperfeiçoarem no uso de equipamentos tão técnicos como são os de proteção respiratória, levam muitas vezes os usuários a adquirirem hábitos perigosos.
Esses e outros fatos tornaram-se a motivação para contribuir com o mercado industrial brasileiro com a produção e a disponibilização desta obra. |